segunda-feira, 11 de setembro de 2017

No centro


Se os olhos miram o alto
Os pés mergulham no chão
Entre eles
No centro do mundo 
Arde meu coração

MaThas


A rara flor de Deus


A rara flor de Deus
      aquela que não pode ser colhida, 
      nem cheirada, 
      vista ou regada
reconheceu-se como a rara flor de Deus

O que há mais para ser feito?

MaThas


Mesmo Ser



sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Meu Deus


Só mesmo o pensar poderia formular
Uma pergunta tão descabida como
Qual o seu Deus?

Qual o meu Deus?
Meu Deus não é meu, nem seu
Não é de ninguém, nem do nada é
Meu Deus não pertence

Meu Deus não se sabe Deus
Absoluto não se sabe em nada
Não se falta, não se completa
Meu Deus não precisa

Só posso saber de meu Deus
Quando não sei mais de mim
Quando não estou mais aqui
Para chamá-lo de meu Deus

Que sentido há em nomear
Aquele que jamais morrerá
E que nunca nasceu?
Como apontar e definir
Qual o meu Deus
Se ele não é ele, nem ela
Nem isso nem aquilo?

Sobre meu Deus?
Meu Deus É, e só
Dança e canta no silêncio
Onde não há mais perguntas
Onde não há mais quem pergunte
Onde não há mais nenhuma necessidade 
De Deus

MaThas

Doce liberdade


E se mais nada eu pudesse fazer?
Se mais nada me restasse querer?
E se assim me encontrasse, uma
Folha amarelada do vento à mercê?

Suprema e doce liberdade!

Nenhuma trilha a ser percorrida
Nenhuma fruta a ser colhida
Nadando nu no vazio
Sem pegadas nem mapas
Sem cargas nem etapas

MaThas