sábado, 23 de dezembro de 2017
Sem fim...
O céu rabiscado num instante
Num instante foi apagado...
O mesmo céu em ti
O mesmo céu em mim
Arte sem fim...
MaThas
Quem?
Quem sabe?
Eu não sei...
Não sei se você sabe
e se alguém sabe...
O "quem" não importa,
é a vida que sabe,
sempre!
MaThas
terça-feira, 19 de setembro de 2017
segunda-feira, 11 de setembro de 2017
No centro
Se os olhos miram o alto
Os pés mergulham no chão
Entre eles
No centro do mundo
Arde meu coração
MaThas
A rara flor de Deus
A rara flor de Deus
aquela que não pode ser colhida,
nem cheirada,
vista ou regada
reconheceu-se como a rara flor de Deus
O que há mais para ser feito?
MaThas
sexta-feira, 1 de setembro de 2017
Meu Deus
Só mesmo o pensar poderia formular
Uma pergunta tão descabida como
Qual o seu Deus?
Qual o meu Deus?
Meu Deus não é meu, nem seu
Não é de ninguém, nem do nada é
Meu Deus não pertence
Meu Deus não se sabe Deus
Absoluto não se sabe em nada
Não se falta, não se completa
Meu Deus não precisa
Só posso saber de meu Deus
Quando não sei mais de mim
Quando não estou mais aqui
Para chamá-lo de meu Deus
Que sentido há em nomear
Aquele que jamais morrerá
E que nunca nasceu?
Como apontar e definir
Qual o meu Deus
Se ele não é ele, nem ela
Nem isso nem aquilo?
Sobre meu Deus?
Meu Deus É, e só
Dança e canta no silêncio
Onde não há mais perguntas
Onde não há mais quem pergunte
Onde não há mais nenhuma necessidade
De Deus
MaThas
Doce liberdade
E se mais nada eu pudesse fazer?
Se mais nada me restasse querer?
E se assim me encontrasse, uma
Folha amarelada do vento à mercê?
Suprema e doce liberdade!
Nenhuma trilha a ser percorrida
Nenhuma fruta a ser colhida
Nadando nu no vazio
Sem pegadas nem mapas
Sem cargas nem etapas
MaThas
quarta-feira, 30 de agosto de 2017
Mistério
Não há mistério algum
em nenhum canto do Universo
Tudo é canto e verso no Um
Mistério é como a nota chama a melodia
como a letra sozinha se refere à poesia
MaThas
A poça e o mar
A poça na beira do mar
pede aos céus:
"Que eu possa ser o mar!"
Não sabe ela
que assim será
na próxima onda
que a levar
MaThas
Presença
A vida é essa verdade
anônima
múltipla
farta
fresca
e reluzente
presente na cara de todos
MaThas
Liberdade
Tudo aquilo que pode
ser percebido por você
não é você!
Levar essa distinção
às ultimas consequências
é o bastante para a liberdade
MaThas
ser percebido por você
não é você!
Levar essa distinção
às ultimas consequências
é o bastante para a liberdade
MaThas
sábado, 22 de julho de 2017
Palavra viva
O texto mais valioso
Aquele onde a vida pulsa em primeira pessoa
Não pode ser registrado por nenhuma escrita
Nem confinado em nenhum papel
Não é posse dos letrados
E dele não há tradução ou correção
O texto mais valioso
É sagrado
Labareda da alma
Que arde em palavras vivas
Palavras riscadas no céu
E traçadas na água
MaThas
Palavras de ninguém
Estas palavras que sem trégua
Discursam no saguão de tua cabeça
E livres circulam por tua boca e ouvidos
Não são tuas!
(E não são de ninguém)
Só haverão de a ti pertencer
Como verdades encarnadas no corpo
E futuro antecipado
Após fundidas e adotadas
No calor do coração
MaThas
sexta-feira, 21 de julho de 2017
quarta-feira, 5 de julho de 2017
sábado, 10 de junho de 2017
Luz atemporal
Entardeço...
É de mansinho que a noite me envolve
Num abraço terno e silencioso
Me deixo...
Embalado nesse quase breu
Meus olhos reconhecem as primeiras estrelas
Verdades atemporais
Veladas pelo clarão da razão
Luminosas no descanso do eu
MaThas
sexta-feira, 26 de maio de 2017
Vida eterna
Talvez a vida seja isso
que assim de imediato
em todo e qualquer ato
se apresenta e se desfaz
Contínuo pulsar de roteiro fugaz
encena plena a divindade
na sempre breve eternidade
Aqui e ali e além
a vida se faz assim
ao mesmo tempo
dentro e fora de mim
MaThas
terça-feira, 23 de maio de 2017
Sê tranquilo e volta para casa
Se você desconfia que algo imprescindível lhe falta
e já procurou por Isso
escalando o topo de distantes montanhas,
se embrenhando no seio de virgens matas,
ou no mistério que preenche as cavernas,
ou ainda no fundo escuro do mar
ou então no fim de uma longe e árdua trilha...
Se você já percebeu que Isso que lhe falta
tão pouco pôde ser encontrado e saboreado
em vitrines, etiquetas, telas, tendências e cartões,
ou qualquer outra coisa que você possa
tocar com seus olhos, mãos e intenção...
Se você já se deu conta dessa contínua
e frustrante busca Disso que lhe falta,
e que sequer nomeado ainda foi,
então talvez seja a hora de voltar para a casa...
Desacelere o passo, solte o rosto e respire devagar...
O caminho é aqui mesmo!
Sê tranquilo e volta para casa.
Senta em ti mesmo.
Suporta-te
e volta-te para o chão onde pisa,
este mesmo chão que de fato nunca abandonaste.
Sê tranquilo e fica
como um rei em tua própria casa.
MaThas
domingo, 21 de maio de 2017
quinta-feira, 11 de maio de 2017
Uni verso
Se sou água, penetro
Se sou fogo, transformo
Se sou terra, recebo
Se sou céu, incluo
Se sou vida, criação
Se morte, entrega
Se sou tudo, amor
Se nada sou, Sou
MaThas
domingo, 7 de maio de 2017
O mesmo muitos
Antes fosse eu o mesmo
uno, inteiro e coeso
Antes não fosse remendado
foz de imigrantes assentados
coro de vozes e desejos dissonantes
incoerência orquestrada
pelo anseio de ser eu o mesmo
uno, inteiro e coeso
MaThas
terça-feira, 25 de abril de 2017
A paz
Silenciado o som das palavras
Em verso e canto
Para além das memórias
E seus doces encantos
Após a prosa, a retórica
E a tola intenção de dizer
Tudo o que ainda há para se dizer
Após esgarçados e esmiuçados
Fatos e não fatos
E o que está por acontecer
Depois de todos os antes e depois
Depois... só depois...
O vaso se ex vasiou
Deixou de ser vaso
E no seio desse vazio
A paz enfim floriu
MaThas
domingo, 16 de abril de 2017
Palavra viva
Que no oco de minha boca
Não ecoe a palavra muda
A palavra oca
Que minha boca seja uma oca
Templo dos pés no chão
E do calor da dança de roda
Que minha boca ecoe como uma oca
Templo da reverberação
Da palavra viva enrraizada e
Sustentada no coração
MaThas
quarta-feira, 12 de abril de 2017
segunda-feira, 10 de abril de 2017
segunda-feira, 3 de abril de 2017
espelhar
ao refletir em mim o que sentiu
você me trouxe um espelho
... não gostei do que vi
a incômoda imagem de um estrangeiro
um estranho que estilhaçou minha imagem
cara de treinado e acertado bom personagem
quase o denunciei como uma fraude
pairei, e em silêncio desisti
tão logo nele me reconheci
estranho mesmo é nunca ter me visto assim...
sim, eu estava ali!
revelado, atrapalhado, ferido e ferindo
eu diante do espelho
não como quem se arruma para sair
mas como aquele que acabou de chegar
perdido e exausto no abraço do próprio lar
ao refletir em mim o que sentiu
você me abraçou e me aqueceu
no confronto desses vários que chamo de eu
MaThas
terça-feira, 28 de março de 2017
O Ciclo
No seu devido tempo a verde folha descoloriu-se
E com elegância outonal se transfigurou... amarelou
Despediu-se dos braços da mãe e voou
Num voo leve de uma morte breve
Derradeiro salto em que a folha se ofertou
Para com o próprio corpo compor o chão
O mesmo chão que alimenta sua mãe
A árvore que amarelou e se despiu após o verão
Hoje a folha se foi
Amanhã a árvore secará
A estação em que as folhas voam
Deste inverno não passará
Todos passageiros, brotando ou desfolhando
Todos de passagem, nessa ou em outra estação
Além de tudo o que passa há o Ciclo
O Ciclo que a tudo e todos perpassa
O Ciclo que dança
E em poesia
Morte e Vida enlaça
MaThas
domingo, 19 de março de 2017
O vão da construção
Até então me entendia como uma parede
Erguido firmemente, tijolo a tijolo
Alicerçado, rebocado e pintado
Ainda que assim, eternamente inacabado
Uma parede construída no tempo
Tijolos de uma vida, a minha vida
Empilhados, alinhados e suados
Cimentados em linguagem
Obra que reconhecia como minha própria imagem
Até então era como uma parede
Conjugado com espaços de não-eu
Janelas, portas, corredores
Vãos sem tijolos, cimento ou acabamento
Vãos de não-eu, vir-a-ser de todos os momentos
Até aqui me entendia como uma parede
Obra concreta e no tempo em construção
Até que então, a parede veio ao chão....
Desmoronou sem dor, poeira ou estrondo
Aqui neste chão se esparramou e aqui mesmo suspirou
De tudo que caiu só uma janela restou
Memorial do não-eu, o vão do monumento
Moldura da passagem sempre alheia
Se chegou ou se partiu, se entrou ou se saiu
Aqui estou e sei que sou
Aquilo que não se toca e jamais cai
O eterno vão da janela
Na dança da vida só ele não se vai
MaThas
terça-feira, 14 de março de 2017
Humano
foi com dedicação que reguei
esta pequena muda de goiabeira
enquanto em segredo desejava
morder a fruta daquela macieira
MaThas
sábado, 11 de março de 2017
Mulheres
Não encontrei palavras para descrever uma mulher...
Indefiníveis como a existência, o amor, a noite, a luz
E tudo aquilo mais que faz a vida valer a pena
MaThas
quarta-feira, 8 de março de 2017
Canção ao Divino
Que Tua graça e beleza floresçam em minha vida
Que meu corpo não resista a Tua dança
Nem minha boca ao Teu canto
E meus ouvidos a Tua melodia
Que meu olhar repouse em Tua imagem
E meus passos não desviem do Teu caminho
Que este coração não tema o chamado
E siga por vales, montanhas e cidades louvando-Te
Que eu não resista ao convite
Que eu possa desistir...
Desistir totalmente de mim
E me entregar... sem reservas
Em Teus braços
MaThas
domingo, 5 de março de 2017
Bons ventos
Aqui, nesse espaço aberto, venho pedir a ti Bons Ventos
Que de leve me leve para aqueles destinos
que minha vista ainda não alcança
Se não puder levar-me, Bons Ventos
Poderia talvez trazer-me o frescor e os aromas
daqueles distantes bosques verdejantes
Se nada puder trazer-me, Bons Ventos
Peço-lhe que disperse as carregadas e densas nuvens desse ar
Se isso não for possível, Bons Ventos
Brinque de bagunçar meus cabelos
ou de vassourar as folhas no chão
Ou quem sabe alegrar o menino com sua pipa ainda na mão
Se não houver brincadeira alguma, Bons Ventos
Peço-lhe que acorde aquele velho sino
para seu ofício de soar o sagrado
Se não puder despertá-lo, Bons Ventos
Talvez uma dança com varais cheios
ao som do farfalhar nas copas das árvores
Mas se mesmo a arte não ventar,
ou nada mais do que peço ventilar
Querido Bons Ventos, esqueça esse meu implorar
Pouco importa, em nada me chateio
Continuarei menino a sorrir e a voar
De braços abertos, solto em seus braços
Nesse instante sem laços e de alma solta no ar
MaThas
quarta-feira, 1 de março de 2017
Darshana
As fotos que a NASA revelou não revelam
O chão de praia lá do longínquo céu
Nem as pérolas da bela e graciosa galáxia dervixe
Não, a NASA não revelou a intimidade das estrelas de lá
Essas fotos revelaram a mais profunda intimidade
De quem sou aqui neste chão
Desnudaram este astronauta
Que decolou sem foguete
E orbita agora no Vácuo
Eis me aqui
Um nada extasiado
Filho das estrelas
Feliz pó do universo
Pleno de unidade e aconchegado
Na imensidão do ventre cósmico
MaThas
A hora extrema
... e por fim chegará a hora extrema, momento que o chão é tirado dos pés e o salto no eterno se dá por completo
belo, irrevogável, intransferível, irretocável, definitivo, conclusivo, pleno, perfeito... insondável destino...
nada para segurar, nada a levar, nada a completar, nada que não a silenciosa implosão em uma só direção
nada mais que só ser... o salto
(para a mãe do Elias)
MaThas
terça-feira, 28 de fevereiro de 2017
Vida
A vida é mistério que se dá
A todo instante, em qualquer lugar
Assim como ondas na beira-mar
Carece aqui pedir, impedir ou rejeitar
Mistério que pare aquilo que está
Ainda oculto ao tolo e cego olhar
Que já julga saber, assim, como será
Aquilo que ainda estar por se dar
Se a vida é convite à criar
Apenas um sim, sorrido, há de bastar
MaThas
Trans
A Flor e o Ser
Quem se atreverá descrever?
Deixemos isso pra lá...
Além de nós
Só há o desabrochar
MaThas
domingo, 26 de fevereiro de 2017
Deixa
Pelo menos por um instante
Deixa...
Deixa as coisas serem, sem acréscimo
Apenas deixa...
Deixa o celular tocar e a mensagem chegar
Deixa o face postar, o crédito acabar
Deixa a cidade acordar, barulhar, crescer
Deixa os carros acelerarem, buzinarem, se engarrafarem
Deixa o caos ser o que é, caótico...
Deixa as pessoas olharem e pensarem, deixe-as falarem
Deixa que procurem, acreditem e comprem o que quiserem
Deixa a grama crescer, a nuvem passar e o sol brilhar
Deixa a lua pratear, ou não, quando a noite chegar
Deixa o pássaro cantar e deixa-o ir, voar
Deixa o cachorro latir
Deixa a criança chorar... e deixa-a brincar
Deixa-te ser amado, rejeitado, comparado, tocado
Deixa seu time perder e a validade vencer
Deixa a fumaça subir e a chuva cair
Deixa a notícia sair, deixa-a passar
Deixa seu filme queimar e sua cara se revelar
Deixa a fome chamar, deixa as unhas crescerem
Deixa a idade chegar, o tempo apressar e o corpo pesar
Deixa a música tocar, e acabar
Deixa a moça desafinar
Deixa a vida correr, deixa o vento levar
Deixa a próxima inspiração inspirar e deixa ir todo o ar
Deixa seu filho crescer, cair e levantar, e deixa-o andar
Deixa esquecido o bilhete premiado e perdido
Deixa o coração sentir, a emoção brotar e aflorar
Deixa a cabeça pensar, planejar, programar, sonhar
Deixa irem os que já se forem, que descansem
Deixa Deus em paz...
Deixa tudo ser exatamente como já é
Deixa tudo seguir seu próprio curso
Deixa a fisionomia sem retoques
Deixa as pessoas chegarem e deixa-as que partam
Deixa o relógio bater e o programa começar
Deixa o mundo ser o que é, deixa-o girar
Deixa, por um breve instante, de controlar
Deixa tudo ser como é...
Sem sua mão, sem sua intenção
Deixa...
E se acaso for insuportável deixar
Deixa que o insuportável seja de fato... insuportável
Deixa...
Pelo menos por este instante.
MaThas
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017
O mistério e a flor
Com o botão nos dedos
Vem o forte querer
De a flor logo expor
Ou de seu desabrochar reter
Abandone-se ao ver
Que em vossa pretensão
Não há e nem cabe
Tamanho poder
A força que conduz
Esse e todo botão
É pleno mistério
Não está em vossa mão
Flores se abrem
Em festa silenciosa
Quer se queira ou não
Aquilo que já são
É aquilo que serão
Exalar perfume e cor
Pulsaria nelas outra intenção?
Quem haveria de pedir
À uma delas
Que não fosse flor?
Quem seria capaz
De o mesmo fazer
Com seu amor?
Bela é a leoa rugindo
Bela é a flor se abrindo
Bela é a Vida em mistério
Que sem se explicar
Vai nos conduzindo
MaThas
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017
Minha medida
Não são asas que te fazem voar
Nem cercas que te confinam
Num mesmo lugar
Não te iludas
As fronteiras do teu universo
São medidas pela régua
Do teu pensar
MaThas
terça-feira, 21 de fevereiro de 2017
O lance
Por vezes
é tolice fazer
tudo aquilo que está
ao nosso alcance
Benditas vezes
em que basta apenas
dar-se mais uma chance
dar-se mais uma chance
Sem esforço
a vida se vira
e desata nós
no piscar de um lance
e desata nós
no piscar de um lance
MaThas
Tua vida
Que a tua vida não seja apenas uma vida boa
Que ela possa ser temperada e costurada com significados
Que o vento não sopre sempre a favor
Que possamos aprender a de fato velejar
Que nem tudo dê certo e de acordo com nossos planos
Que haja espaço para o inesperado, o improviso e a criação
Que nenhum dos castelo de nossas verdades
Seja poupado das invasões dos bárbaros questionamentos
Que nenhum recuo seja permanente
E que nem o avançar e superar sejam eternas imposições
Que a vontade de acertar não nos afaste de nossos equívocos
Que haja abertura para aprendermos com tudo, quando possível
Que não façamos do tropeço e da falha nossos fantasmas
Que o sorriso nunca se congele no medo do ridículo
Que nem sempre haja um guarda chuva à mão
E que a chuva seja generosa, e nós, entregues
Que nenhum sucesso nos faça esquecer quem somos
Que nenhum fracasso nos faça esquecer quem somos
Que quem somos possa ser sempre revisto
Com nossos sucessos e fracassos
Que a vida não se resuma na soma do passar dos anos
Que valha a pena, que seja sentida e que tenha sentido
O teu sentido
MaThas
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017
terça-feira, 7 de fevereiro de 2017
Louvor à chuva mansa
Em terra seca
Chuva forte pouco adianta
Regar mesmo
Só amorosa chuva mansa
Afago demorado que encharca o chão
Acorda a semente
Desabrocha o coração
Se terra com pedra parece
De longa e ardente sede padece
Que peito não se enternece
Se regado daquilo que tanto carece?
Deságua chuva mansa
Benção do céu que tudo alcança
Irriga nossos afetos e plantas
Deságua chuva mansa
Embala-nos em seu murmurar
Todo teu ser nesse pranto
Doce e sem nenhum lamentar
Louvo-te chuva mansa
Que cais devagar e vais fundo
E sem nenhum alarde
Acarinha e renova esse mundo
MaThas
Chuva forte pouco adianta
Regar mesmo
Só amorosa chuva mansa
Afago demorado que encharca o chão
Acorda a semente
Desabrocha o coração
Se terra com pedra parece
De longa e ardente sede padece
Que peito não se enternece
Se regado daquilo que tanto carece?
Deságua chuva mansa
Benção do céu que tudo alcança
Irriga nossos afetos e plantas
Deságua chuva mansa
Embala-nos em seu murmurar
Todo teu ser nesse pranto
Doce e sem nenhum lamentar
Louvo-te chuva mansa
Que cais devagar e vais fundo
E sem nenhum alarde
Acarinha e renova esse mundo
MaThas
domingo, 5 de fevereiro de 2017
Bolhas de sabão
Bolhas de sabão
que a brisa leva
em qualquer direção
e que ao ínfimo toque
nada mais são
Bolhas de sabão
no derradeiro ploft
me abrem a visão
na impermanência
somos todos irmãos
Mathas
Além dos meus botões
E eu aqui
cá com meus botões...
suspirando pelo amor
desejando felicidade
sonhando com a liberdade
E eu aqui
cá com meus botões...
embutido na cela justa
da minha própria pele
protegido e sem verve
E eu aqui
cá com meus botões...
imaginando me libertar e
florescer sem precisar
nenhum botão desabotoar
E eu aqui
cá a me despir...
desmantelando minha prisão
desnudando o fato que os meus botões
são justamente os meus grilhões
E eu aqui
cá comigo...
agora fora da casa
a pele ao vento
aberto à novas confecções
para além de meus botões...
MaThas
sábado, 4 de fevereiro de 2017
sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017
Na brisa
A brisa me sussurou palavras...
Na brisa soltei poemas...
Eles se foram livres
Cantando aquilo que não consigo dizer
Emancipados se vão
Fluindo por ruas, cantos e céu
Levando sem nenhum pesar
Um pouco do meu sonhar
Solidão de não mais sabê-los...
Foram acolhidos em algum coração?
Serão par da melodia em alguma canção?
Que cabelos e orelhas brincaram de roçar?
Serão mansos sussuros para novos poemas?
Respostas que a brisa não traz...
MaThas
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